quantas pessoas são necessárias para se estabelecer um senso comum? uma característica padrão ou um caminho óbvio?

em todos os capítulos da história, existe sempre um ponto onde algo é criado e estabelecido, sendo seguido quase que como uma regra silenciosa, que não precisa ser verbalizada para ser compreendida. na arte, na arquitetura, na moda, no comportamento… não importa em qual parte do mundo, “assim caminha a humanidade”, né?...

bom, nem sempre. eu nasci num lugar que pegou a contramão do fluxo comum e desde que ainda era só um sonho, já quebrava paradigmas. um lugar que desafiava a matemática do tempo, a favorabilidade do clima e a opinião de todo tipo de especialista.

eu nasci num lugar que em seus principais símbolos teve como um de seus escultores um cara que tornou a autenticidade palpável, que tombou o improvável e fez das suas obras patrimônio cultural da humanidade. eu nasci em Brasília.

da janela da minha casa eu vi o resultado da coragem avassaladora que tem quem quer tirar um sonho do papel. eu vi a beleza planejada sendo vestida de personalidade com todos os sotaques do Brasil. eu vi Niemeyer abraçar a filosofia do movimento modernista e no estilo mais elegante de um “dane-se”, desenhar curvas onde se esperaria quadrados. eu vi Lúcio Costa propor um plano que desbravava qualquer convenção. eu vi Athos construir uma galeria de arte a céu aberto. eu vi pilotis, cobogós, ipês e como diria o mestre Niemeyer: vi coisas que você poderia até não gostar, mas nunca poderia dizer que já tinha visto em algum outro lugar.

nasci no lugar que nasceu de um olhar autêntico para uma direção que ninguém antes tinha olhado, então como eu poderia seguir qualquer outro caminho que não fosse, digamos assim… inventar MODA?

o modernismo carrega a filosofia artística da autenticidade e liberdade que me inspiram, mas é entre linhas e tecidos que me perco e me encontro todas às vezes que crio algo diferente, inspirador aos olhos de quem esperava que eu seguisse uma reta pré-determinada.

dane-se não é uma afronta, é um convite.

e, hoje, eu te convido a olhar o mundo, a cultura e a moda de um jeito diferente.

sejam muito bem-vindos, eu sou a dane-se.

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